ATA DA VIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 11-9-2003.
Aos onze dias do mês de setembro de dois mil e três,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às dezenove horas e oito minutos, constatada a existência de
quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão,
destinada a homenagear os quarenta anos do Colégio Adventista de Porto Alegre -
CAPA, nos termos do Requerimento nº 112/03 (Processo nº 2713/03), de autoria do
Vereador Elias Vidal. Compuseram a MESA: o Vereador Reginaldo Pujol, presidindo
os trabalhos, o Pastor Marlinton de Souza Lopes, Presidente da Instituição de
Educação e Assistência Social, mantenedora das Escolas Adventistas para a
Região Leste do Rio Grande do Sul; o Senhor João Cesi Lopes dos Santos, Diretor
do Colégio Adventista de Porto Alegre; o Monsenhor Tarcísio Pedro Scherer,
Vigário-Geral do Arcebispado de Porto Alegre; o Vereador Elias Vidal, na
ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, o Senhor Presidente convidou
a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, em continuidade,
concedeu a palavra ao Vereador Elias Vidal, que, em nome das Bancadas do PTB,
PDT, PP, PMDB, PSB, PPS e PFL, analisou a violência urbana e a disseminação de
drogas na sociedade, em função de desvios morais e educacionais aos quais estão
expostos os jovens. Nesse sentido, teceu elogios ao ensino ministrado pelas
Escolas Adventistas, que valorizam a integralidade, espiritualidade e dignidade
do ser humano. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do
Deputado Estadual Cézar Busatto e concedeu a palavra ao Pastor Marlinton de
Souza Lopes, que destacou a importância da homenagem hoje prestada por este
Legislativo aos quarenta anos do Colégio Adventista de Porto Alegre. Após, foi
realizada apresentação artística do Coral Infanto-Juvenil e Adolescente do
Colégio Adventista de Porto Alegre, que interpretou as canções "Eu
Servirei" e "CAPA 40 Anos". A seguir, o Senhor Presidente
convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e,
nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados
os trabalhos às dezenove horas e cinqüenta e sete minutos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Reginaldo Pujol e
secretariados pelo Vereador Elias Vidal, como Secretário "ad hoc". Do
que eu, Elias Vidal, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela
Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Estão abertos os
trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear os 40 anos do
Colégio Adventista de Porto Alegre, proposta pelo Ver. Elias Vidal.
Compõem a Mesa o Pastor Marlinton de
Souza Lopes, Presidente da Instituição de Educação e Assistência Social,
mantenedora das escolas adventistas para a Região Leste do Rio Grande do Sul; o
Sr. João Cesi Lopes dos Santos, Diretor do Colégio Adventista de Porto Alegre;
o Monsenhor Tarcísio Pedro Scherer, Vigário-Geral do Arcebispado de Porto
Alegre, representando o Arcebispo de Porto Alegre.
Convidamos todos os presentes para, em
pé, ouvirmos o Hino Nacional.
(Ouve-se o Hino Nacional.)
Eu tive a honra de receber a incumbência
do Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib, de
presidir esta Sessão Solene que, como já foi dito, é uma iniciativa do Ver.
Elias Vidal, um Vereador que está completando o seu primeiro ano de atividade
contínua no Legislativo da Cidade, e que já demonstrou muita qualificação e
competência para o exercício do mandato, o que vem fazendo com rara eficiência
e com muito brilho.
Por isso, eu tenho uma satisfação muito
especial, uma honra, inclusive, de ter sido distinguido pela Presidência da
Casa, para presidir os trabalhos desta Sessão Solene, que marca os 40 anos de
atividade do Colégio Adventista de Porto Alegre, que é uma instituição
educacional com muito prestígio na Cidade, ministra um ensino de alta
qualidade, como de resto são de grande qualidade os ensinos ministrados pelas
escolas brasileiras vinculadas à Igreja Adventista.
Então, registrando a minha honra muito
especial, eu quero convidar o grande inspirador e proponente desta Sessão, Ver.
Elias Vidal, para ocupar a Tribuna para saudar a escola, os nossos convidados e
todos aqueles que nos honram com as suas presenças.
Antes que V. Exa. inicie o seu
pronunciamento, informo que V. Exa. recebeu a delegação de falar, não só em
nome de seu Partido, o Partido Trabalhista Brasileiro, como também, do Partido
Democrático Trabalhista, do Partido Popular, do Partido do Movimento
Democrático Brasileiro, do Partido Socialista Brasileiro, do Partido Popular
Socialista, e, agora, peço que V. Exa. fale também em nome do Partido da Frente
Liberal.
O Ver. Elias Vidal, proponente desta
homenagem, está com a palavra.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Reginaldo Pujol,
senhores amigos, professores, como também os componentes da Mesa, Pastor
Marlinton Lopes, é uma honra tê-lo aqui conosco, como líder espiritual, líder
também na área administrativa da Igreja, para a Associação Sul-Rio-Grandense
que compõe a metade do Estado do Rio Grande do Sul. Também é uma honra ter a
presença do Sr. João Cesi Lopes dos Santos, Diretor dessa Escola que completa
seus 40 anos e que, particularmente, também é um amigo, é bom vê-lo e saber que
o Prof. Cesi dirige uma das maiores escolas deste Estado e o faz com
brilhantismo. Também é uma honra para nós termos o representante do Arcebispo
de Porto Alegre, Monsenhor Scherer, e é uma alegria tê-lo conosco, sentimo-nos
muito honrados com sua presença. As crianças, os alunos, os cantores, os
funcionários desta Casa, pais, avós e familiares, sentem-se honrados por tê-los
aqui.
É a terceira vez que ocupo esta tribuna
no dia de hoje. Hoje, pela manhã, foi instalada uma Comissão Especial sobre
drogas e violência. Também fui o proponente, e foi aprovada por esta Casa uma
Comissão com onze Vereadores, e coube a mim a honra de ser o Presidente e
dirigir os trabalhos nesse sentido. Com relação ao assunto que foi comentado no
dia de hoje por essa Comissão Especial, que vai tratar do assunto da violência
e das drogas, dá para se fazer uma analogia, uma comparação, um paralelismo de
dois caminhos. Falei ainda pela manhã, desta tribuna, que eu tenho medo da
violência, tenho medo de sair de casa e não voltar, tenho medo de ver, muitas
vezes, as pessoas que amamos saírem de perto de nós e não retornarem. Acho que
é um medo natural que todos nós temos. Falamos muito e preocupa-nos muito a
questão da violência e eu considero a Escola Adventista como uma trincheira,
como um dique que ajuda a conter esse rio caudaloso que vem transbordando e se
alastrando, e a educação adventista, que é reconhecida em todo o território
nacional já há mais de um século, e, inclusive, quando completou um século, foi
feita uma cerimônia toda especial no Congresso Nacional. A Escola completa,
hoje, os seus 40 anos, mas não significa que são 40 anos de educação adventista
no Estado, são 40 anos só dessa Escola. A educação adventista resistência a
esse desmanche da família, da sociedade, que assusta, que apavora os senhores e
a todos nós.
Ainda, durante a tarde, o meu Líder da
Bancada, Ver. Cassiá Carpes, trouxe-me uma carta e disse: “Vidal, olha a carta
que eu recebi de um presídio, a carta de um homem desesperado, no fundo do
poço, cuja trajetória de delinqüência começou nas drogas, em pequenos furtos,
uma violência que foi crescendo e que o levou para o Presídio Central”. E,
agora, ele reconhece a necessidade de Deus na sua vida, a necessidade
espiritual, coisa que ele não valorizava. E o Ver. Cassiá Carpes estava
comentando comigo, ainda hoje, nos trabalhos da tarde, nesta Casa, dizendo:
“Leia esta carta”. Eu fico pensando o valor, a jóia preciosa que é a educação
adventista. Eu sei que os senhores pais reconhecem o valor da educação
adventista, porque se não reconhecessem, os seus filhos não estariam estudando
numa escola adventista. É o maior investimento.
Eu me sinto honrado, porque tive uma experiência curta, mas
foi extremamente importante para mim, como professor na Escola Adventista de
Camaquã. A minha esposa lecionou por vários anos, aproximadamente, pelo menos,
por uns seis anos, eu acredito, sete anos, no Colégio Adventista de Porto
Alegre - CAPA -.
Quero externar e concluir a minha fala
dizendo que estamos vivendo um momento muito importante na sociedade, e parece
que as pessoas olham a situação, o contexto, o cenário, como um navio que está
afundando, porque há um rombo no casco, e parece que as pessoas parecem querer
se salvar, mas elas não sabem se salvam o barco e tentam conter a água que
entra pelo rombo do casco, ou se jogam no mar, na água, e tentam chegar à
praia, salvando-se quem puder.
A educação adventista é como um farol, é
um pelotão especial, é como uma trincheira. Felizes são os pais que têm a
honra, o privilégio, a oportunidade de terem seus filhos estudando na Escola
Adventista. Muitos dos senhores que aqui estão sabem o valor disso.
A minha filha iniciou no CAPA, na Escola
Adventista, no “prezinho” e está concluindo o 3º ano do 2º Grau, o que, para
mim, é uma honra.
Eu quero concluir dizendo que estou feliz
por propor esta solenidade, merecida, à Escola Adventista, que contribui com a
cidade de Porto Alegre em qualidade, não só de ensino, não só se preocupando
com o valor da matemática, do português, da geografia, mas também ensinando
valores morais, valores humanitários, valores que, sem dúvida, preparam as
pessoas não só para esta vida, mas para aquilo que nós queremos.
Eu, particularmente, me sinto muito à
vontade, porque sou adventista desde que nasci, há 45 anos. Nesta Casa, as
pessoas me perguntam por que eu não fumo, por que não tomo alguns tipos de
bebida, por que o restaurante, aqui, teve de trocar a alimentação e não usar
mais carne suína. É porque há um gabinete que segue uma filosofia que aprendi
desde criança, essa filosofia que os senhores pais têm, que os seus filhos
estão aprendendo e que serve não só para esta vida, mas, também, para a vida
futura.
É uma honra tê-los aqui. Vejo, neste
momento, o meu amigo, Dep. Cézar Busatto, que tem carinho por esta Igreja, por
sua filosofia, por sua educação. Quando fiz contato com ele na Assembléia
Legislativa, ele disse: “Vidal, estarei lá, sem dúvida estarei lá”.
Eu me sinto honrado de tê-los aqui,
juntamente com os professores, pais, amigos e alunos. Que Deus nos abençoe e
que a Escola Adventista possa completar muitos e muitos anos de vida preparando
os cidadãos não só para esta terra, mas para o Reino dos Céus, como nós,
adventistas, cristãos dessa comunidade, cremos.
O meu muito obrigado e, mais uma vez, que
Deus nos abençoe. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Antes de transferir a
palavra ao Pastor Marlinton de Souza Lopes, Presidente da Instituição de
Educação e Assistência Social, mantenedora das Escolas Adventistas para a
Região Leste do Rio Grande do Sul, eu quero, secundando o Ver. Elias Vidal,
registrar a presença honrosa para esta Sessão Solene, para a Casa Legislativa,
do Deputado Cézar Busatto, líder do Partido Popular Socialista, cuja presença
já havíamos notado no plenário. Só não nos havíamos a ela referido em função de
que se encontrava em desenvolvimento o pronunciamento do Ver. Elias Vidal, que,
como todos já sabem, é o grande proponente, incentivador desta reunião.
Deputado Busatto, saiba que a honra de recebê-lo, neste momento, não é somente
da entidade homenageada, mas é do Legislativo de Porto Alegre, que tem,
diariamente, convivido com a sua companheira de jornada política e familiar, a
nossa querida amiga Ver.ª Clênia Maranhão.
Com a palavra o Pastor Marlinton de Souza
Lopes.
O
SR. MARLINTON DE SOUZA LOPES: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Quero cumprimentar todos os pais, os amigos, os professores, alunos
e aqueles que amam a educação adventista e que por isso estão aqui participando
da solenidade de comemoração dos 40 anos de uma das escolas da Rede Adventista
do Sétimo Dia.
Como Presidente dessa Instituição eu
quero agradecer o espaço que esta Casa abre, no meio de suas Sessões, para esta
solenidade.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem,
como uma de suas frentes de trabalho, a área educacional. Dentro dessa área de
trabalho duas linhas são muito claras para a Igreja Adventista. Quando nós
olhamos o que a Bíblia nos diz em Lucas 2.52, que “Jesus crescia em sabedoria, estatura
e graça, diante de Deus e dos homens”. “Diante de Deus” mostra o aspecto
espiritual, e “diante dos homens” mostra o aspecto social. A Igreja Adventista
tem procurado nortear a sua missão nestas duas linhas: espiritual e social.
Dentro do aspecto educacional, uma das frentes em que esta Igreja trabalha é
contribuindo com a sociedade no aspecto em que as escolas adventistas não são
voltadas apenas aos alunos da própria Igreja, uma vez que mais de dois terços
dos alunos não comungam com a fé adventista. Portanto, é uma escola aberta à
sociedade.
Nós temos outras entidades assistenciais
no mundo todo, como a ADRA, que “puxa o carro”, mas, sem dúvida, a área
educacional é uma das “meninas dos olhos” da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Em 1853, em Nova York, uma jovem professora chamada Martha Byngtton chamou os
colegas de seus filhos de cinco casas vizinhas para sua sala de estar. E ali
começou a ministrar algumas aulas àquelas crianças que naquele momento eram
todas oriundas da Igreja Adventista. De um modo informal, naquele momento,
estava surgindo a educação adventista da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Dezenove anos depois, com o surgimento da Battle Creek School, surgia a
primeira instituição adventista de educação no mundo. Hoje, passados 131 anos,
a Rede Educacional Adventista possui mais de 5 mil escolas de Ensino
Fundamental, possui cerca de 1.250 escolas de Ensino Médio, possui cerca de uma
centena de campus universitários,
aproximadamente 60 mil professores e mais de 1 milhão e 200 mil alunos nas suas
diversas instituições educacionais.
Aqui no Brasil a educação adventista está
presente há 107 anos; no Rio Grande do Sul, há 90 anos e, na Rua Camaquã, há 40
anos, com o CAPA.
Eu quero falar agora como ex-aluno do
CAPA. Tive o prazer de fazer parte das primeiras turmas do CAPA. Esta
instituição marcou e tem marcado a vida de muitas pessoas que por ali têm
passado. Eu diria que, quando surgiu, em 1963, os pioneiros não imaginavam a
grandiosidade do sonho que vinha à mente deles. Eram poucos punhados de
pessoas, mas, naquela ocasião eles decidiram construir a Escola antes de
construir a própria Igreja; primeiro uma sala, depois quatro, hoje são algumas
dezenas. A comunidade adventista entendia que a missão dela passava pela
educação.
Um aluno da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, em seu curso de Mestrado em Marketing, no ano 2000, fez uma tese
querendo saber a respeito do CAPA: por que os pais colocavam e colocam os seus
filhos nessa Instituição? O resultado dessa tese nos deu muito orgulho e desejo
de continuar nesta missão em que há alguns anos entramos. A conclusão da tese
foi de que os pais que têm os seus filhos no CAPA entendem que esse Colégio tem
um diferencial que o torna peculiar. A maneira como integra os valores, os
princípios éticos, morais e espirituais, sem querer ao mesmo tempo fazer
proselitismo. Disseram que a harmonia entre a teoria da sala de aula e a
prática dos professores, a concordância entre a vida do vestibular e o
vestibular da vida, a conformidade dos livros de sala de aula com o “Livro dos
livros”, para os pais ainda é o norte que desejam ver impresso na mente dos
seus filhos. Por isso o slogan do
CAPA é: “Ensinando valores, construindo vencedores”.
Mas no CAPA a vida não é só para o corpo
docente e discente. Eles procuram viver para a comunidade também. Nos últimos
três anos o CAPA foi destaque na Corrida pela Vida, recebeu alguns troféus por
número de pessoas participantes e pelo maior número de camisetas vendidas; tem
participado também de campanhas antitabágicas e de campanhas de alimentos. Este
ano, uma das festividades da comemoração dos 40 anos é a Campanha da
Solidariedade, arrecadando mais de uma tonelada de alimentos, mais de seis mil
peças de roupas, ajudando mais de uma centena de famílias. É o CAPA atendendo a
comunidade onde está.
O CAPA, senhores, para nós é uma estrela,
cuja luz é ampliada pelas estrelas que vivem ao seu lado, da Rede de Escolas
adventistas. Seu maior patrimônio são seus valores; sua maior razão de ser são
os seus alunos, os pais e os professores, e a sua maior recompensa são
reconhecimentos como este, nesta noite, quando esta Casa volta o seu olhar a
esta Instituição, cujo desafio é orientar juvenis, - adolescentes e jovens -, a
buscarem o olhar mais direto para a frente e para cima. Muito obrigado pela
aula de valorização, reconhecimento e motivação que hoje a escola da Câmara
presta a este aluno chamado CAPA. Se o parabéns é para nós, a gratidão é para
Deus e o reconhecimento é para esta Casa. Muito obrigado, que Deus continue
abençoando esta Instituição. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
Antes que eles comecem a executar os seus
números, eu gostaria de dizer a todos aqueles que hoje aqui comparecem à Casa,
desde os integrantes do corpo de professores do CAPA, ao Deputado Busatto, aos
pais e alunos, aos ex-alunos, que eu tenho muito respeito e muita admiração
pelo ensino adventista. Há muitos anos, nos anos de 1957, eu era um jovem
adolescente de 17 anos, tinha me deslocado de Porto Alegre para o Rio de
Janeiro, onde havia me apresentado como voluntário na Escola de Pára-Quedismo
do Exército e lá tive que permanecer o tempo do compromisso. Ao longo desse
período, eu fui acometido de um pequeno problema médico que me levou a ser
hospitalizado no Hospital Central do Exército. Na enfermaria, onde me
encontrava, o meu vizinho de cama era um jovem, cujo nome eu não consigo
recordar, mas que era adventista, do Estado de São Paulo, e que me contou as
maravilhas que ele, adventista, reconhecia na Escola mantida pela Igreja, em
Itapecirica da Serra, onde, na expressão que bem lembro, partindo desse jovem,
se fazia o melhor mel do mundo, superbom!
Tive ensejo, quando retornei para o Rio
Grande do Sul, de me encontrar com esse jovem, que também era militar no Rio de
Janeiro, em São Paulo. Fui até esse local e observei o ensino integral que ali
era ministrado, com os jovens participando de todas as atividades da escola,
desde as atividades agrícolas, artesanais, industriais. Achei que aquilo era um
modelo de educação que poderia ocorrer e ser difundido por todo o território
brasileiro, dada a integração que representava na formação da juventude.
Felizmente, Dep. Busatto, vejo que essa idéia da escola
integral – com que eu convivi, num
primeiro momento, em função dessa convivência fortuita com um adventista do Rio
de Janeiro, que me conduziu a verificar, uma experiência no Estado de São Paulo
– hoje se dissemina no Brasil e a palavra de ordem, inclusive, dos projetos e
nos programas governamentais do chamado ensino integral, o qual eu vim a
conhecer melhor ainda depois de já adulto, advogado formado, já em torno de
1968, penso eu, até 1982, quando eu dividia minhas atividades profissionais
entre Porto Alegre e Taquara e lá conheci o Instituto Cruzeiro do Sul, que era
a réplica gaúcha de tudo aquilo que havia visto anteriormente lá em São Paulo.
Mais tarde, já buscando uma representação
popular, entre 1972, conheci um outro adventista, Elias Morsch, que me pôs em
contato com a FAMG, Federação Adventista da Mocidade Gaúcha. Eu vi suas
experiências lá na Zona Norte de Porto Alegre e pude, através dele, conhecer o
Movimento das Dorcas; mais tarde ainda, o núcleo da Vila Farrapos, a que me
vinculo até hoje e, através de tudo isso, fui vendo que a Escola Adventista
realmente havia lançado sementes aqui no Brasil, só não sabia que há tanto
tempo, pois hoje me informam que são 107 anos.
Tenho vários amigos meus cujos filhos não
são adventistas e as famílias não são adventistas, pertencem a outras igrejas,
mas que estudam no CAPA e proclamam a excelência do seu ensino.
Então, eu quero, Ver. Elias Vidal,
cumprimentar-lhe efusivamente pela sua sensibilidade de, pela primeira vez,
homenagear, aqui na Câmara Municipal, uma Escola com esta qualificação, uma
Escola com esta tradição e, sobretudo, uma escola com este grau de
responsabilidade com a formação da nossa juventude.
Eu, em nome da Câmara de Vereadores, Ver.
Elias Vidal, lhe agradeço profundamente por esta iniciativa, espero que V. Exa.
continue nesta Casa para, no 45º e no 50º ano da Escola, nós podermos renovar
esta homenagem. E a todos os dirigentes da Escola eu apresento, em nome da
Casa, os nossos mais respeitosos cumprimentos. (Palmas.)
Imediatamente, convido os jovens componentes
do Coral Infanto-Juvenil e Adolescente do Colégio Adventista de Porto Alegre
para a sua apresentação, com as duas interpretações: “Eu Servirei” e o “CAPA 40
Anos”.
(É feita a apresentação do Coral.)
Ao mesmo tempo em que agradeço ao Coral Infanto-Juvenil e
Adolescente pela sua apresentação, quero cumprimentar o Professor Dotti, pela
sua equipe tão bem afinada, e recomendar ao Ver. Elias Vidal e aos nossos
colegas do cerimonial que, na próxima oportunidade em que homenagearmos o nosso
Colégio Adventista, ouçamos não só duas músicas, mas quatro músicas, porque
realmente agrada a todos. Muito obrigado aos senhores.
Pediria a sua colaboração na seguinte
ordem: nos encaminhamos para o encerramento dos trabalhos e, antes que isso
ocorra, como é tradicional em todas as Sessões Solenes da Casa, e não
poderíamos faltar à regra, que ouçamos o Hino Rio-Grandense. Solicitaria que os
nossos jovens participantes do Coral nos acompanhassem para que possamos entoar
o Hino, até num momento muito oportuno, porque no dia de hoje, se não me falha
a memória, iniciam-se os festejos da Semana Farroupilha, que têm seu principal
palco de acontecimento aqui ao lado da Câmara Municipal, no acampamento
nativista.
Não quero concluir, nem ensejar que este
momento ocorra, sem enfatizar ainda, de forma muito acentuada, a minha honra em
presidir os trabalhos e o débito que a Cidade e a Câmara Municipal ficarão com
o Ver. Elias Vidal, e o crédito que, por conseguinte, ele terá por ter dado
oportunidade a que a Câmara Municipal resgatasse o que considero uma dívida
invisível com esta Instituição educacional com relevantes serviços prestados à
cultura e à educação aqui no Estado.
Convido a todos para, de pé, ouvirmos o
Hino Rio-Grandense e enfatizo, com o maior vigor que as palavras possam
oferecer, a importância da reunião que hoje realizamos, dizendo que realmente é
uma dádiva de Deus nós podermos ter a inspiração do Ver. Elias Vidal para
homenagear a todos os senhores que construíram a grandeza dessa Escola.
Neste momento convidamos todos os
presentes para ouvirmos o Hino Rio-Grandense.
(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)
Agradecemos a presença de todos e damos
por encerrada a presente Sessão Solene.
(Encerra-se a Sessão às 19h57min.)
* * * * *