ATA DA VIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 11-9-2003.

 


Aos onze dias do mês de setembro de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e oito minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear os quarenta anos do Colégio Adventista de Porto Alegre - CAPA, nos termos do Requerimento nº 112/03 (Processo nº 2713/03), de autoria do Vereador Elias Vidal. Compuseram a MESA: o Vereador Reginaldo Pujol, presidindo os trabalhos, o Pastor Marlinton de Souza Lopes, Presidente da Instituição de Educação e Assistência Social, mantenedora das Escolas Adventistas para a Região Leste do Rio Grande do Sul; o Senhor João Cesi Lopes dos Santos, Diretor do Colégio Adventista de Porto Alegre; o Monsenhor Tarcísio Pedro Scherer, Vigário-Geral do Arcebispado de Porto Alegre; o Vereador Elias Vidal, na ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, em continuidade, concedeu a palavra ao Vereador Elias Vidal, que, em nome das Bancadas do PTB, PDT, PP, PMDB, PSB, PPS e PFL, analisou a violência urbana e a disseminação de drogas na sociedade, em função de desvios morais e educacionais aos quais estão expostos os jovens. Nesse sentido, teceu elogios ao ensino ministrado pelas Escolas Adventistas, que valorizam a integralidade, espiritualidade e dignidade do ser humano. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Deputado Estadual Cézar Busatto e concedeu a palavra ao Pastor Marlinton de Souza Lopes, que destacou a importância da homenagem hoje prestada por este Legislativo aos quarenta anos do Colégio Adventista de Porto Alegre. Após, foi realizada apresentação artística do Coral Infanto-Juvenil e Adolescente do Colégio Adventista de Porto Alegre, que interpretou as canções "Eu Servirei" e "CAPA 40 Anos". A seguir, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezenove horas e cinqüenta e sete minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador Elias Vidal, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Elias Vidal, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear os 40 anos do Colégio Adventista de Porto Alegre, proposta pelo Ver. Elias Vidal.

Compõem a Mesa o Pastor Marlinton de Souza Lopes, Presidente da Instituição de Educação e Assistência Social, mantenedora das escolas adventistas para a Região Leste do Rio Grande do Sul; o Sr. João Cesi Lopes dos Santos, Diretor do Colégio Adventista de Porto Alegre; o Monsenhor Tarcísio Pedro Scherer, Vigário-Geral do Arcebispado de Porto Alegre, representando o Arcebispo de Porto Alegre.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Ouve-se o Hino Nacional.)

 

Eu tive a honra de receber a incumbência do Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib, de presidir esta Sessão Solene que, como já foi dito, é uma iniciativa do Ver. Elias Vidal, um Vereador que está completando o seu primeiro ano de atividade contínua no Legislativo da Cidade, e que já demonstrou muita qualificação e competência para o exercício do mandato, o que vem fazendo com rara eficiência e com muito brilho.

Por isso, eu tenho uma satisfação muito especial, uma honra, inclusive, de ter sido distinguido pela Presidência da Casa, para presidir os trabalhos desta Sessão Solene, que marca os 40 anos de atividade do Colégio Adventista de Porto Alegre, que é uma instituição educacional com muito prestígio na Cidade, ministra um ensino de alta qualidade, como de resto são de grande qualidade os ensinos ministrados pelas escolas brasileiras vinculadas à Igreja Adventista.

Então, registrando a minha honra muito especial, eu quero convidar o grande inspirador e proponente desta Sessão, Ver. Elias Vidal, para ocupar a Tribuna para saudar a escola, os nossos convidados e todos aqueles que nos honram com as suas presenças.

Antes que V. Exa. inicie o seu pronunciamento, informo que V. Exa. recebeu a delegação de falar, não só em nome de seu Partido, o Partido Trabalhista Brasileiro, como também, do Partido Democrático Trabalhista, do Partido Popular, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro, do Partido Socialista Brasileiro, do Partido Popular Socialista, e, agora, peço que V. Exa. fale também em nome do Partido da Frente Liberal.

O Ver. Elias Vidal, proponente desta homenagem, está com a palavra.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Reginaldo Pujol, senhores amigos, professores, como também os componentes da Mesa, Pastor Marlinton Lopes, é uma honra tê-lo aqui conosco, como líder espiritual, líder também na área administrativa da Igreja, para a Associação Sul-Rio-Grandense que compõe a metade do Estado do Rio Grande do Sul. Também é uma honra ter a presença do Sr. João Cesi Lopes dos Santos, Diretor dessa Escola que completa seus 40 anos e que, particularmente, também é um amigo, é bom vê-lo e saber que o Prof. Cesi dirige uma das maiores escolas deste Estado e o faz com brilhantismo. Também é uma honra para nós termos o representante do Arcebispo de Porto Alegre, Monsenhor Scherer, e é uma alegria tê-lo conosco, sentimo-nos muito honrados com sua presença. As crianças, os alunos, os cantores, os funcionários desta Casa, pais, avós e familiares, sentem-se honrados por tê-los aqui.

É a terceira vez que ocupo esta tribuna no dia de hoje. Hoje, pela manhã, foi instalada uma Comissão Especial sobre drogas e violência. Também fui o proponente, e foi aprovada por esta Casa uma Comissão com onze Vereadores, e coube a mim a honra de ser o Presidente e dirigir os trabalhos nesse sentido. Com relação ao assunto que foi comentado no dia de hoje por essa Comissão Especial, que vai tratar do assunto da violência e das drogas, dá para se fazer uma analogia, uma comparação, um paralelismo de dois caminhos. Falei ainda pela manhã, desta tribuna, que eu tenho medo da violência, tenho medo de sair de casa e não voltar, tenho medo de ver, muitas vezes, as pessoas que amamos saírem de perto de nós e não retornarem. Acho que é um medo natural que todos nós temos. Falamos muito e preocupa-nos muito a questão da violência e eu considero a Escola Adventista como uma trincheira, como um dique que ajuda a conter esse rio caudaloso que vem transbordando e se alastrando, e a educação adventista, que é reconhecida em todo o território nacional já há mais de um século, e, inclusive, quando completou um século, foi feita uma cerimônia toda especial no Congresso Nacional. A Escola completa, hoje, os seus 40 anos, mas não significa que são 40 anos de educação adventista no Estado, são 40 anos só dessa Escola. A educação adventista resistência a esse desmanche da família, da sociedade, que assusta, que apavora os senhores e a todos nós.

Ainda, durante a tarde, o meu Líder da Bancada, Ver. Cassiá Carpes, trouxe-me uma carta e disse: “Vidal, olha a carta que eu recebi de um presídio, a carta de um homem desesperado, no fundo do poço, cuja trajetória de delinqüência começou nas drogas, em pequenos furtos, uma violência que foi crescendo e que o levou para o Presídio Central”. E, agora, ele reconhece a necessidade de Deus na sua vida, a necessidade espiritual, coisa que ele não valorizava. E o Ver. Cassiá Carpes estava comentando comigo, ainda hoje, nos trabalhos da tarde, nesta Casa, dizendo: “Leia esta carta”. Eu fico pensando o valor, a jóia preciosa que é a educação adventista. Eu sei que os senhores pais reconhecem o valor da educação adventista, porque se não reconhecessem, os seus filhos não estariam estudando numa escola adventista. É o maior investimento.

Eu me sinto honrado, porque tive uma experiência curta, mas foi extremamente importante para mim, como professor na Escola Adventista de Camaquã. A minha esposa lecionou por vários anos, aproximadamente, pelo menos, por uns seis anos, eu acredito, sete anos, no Colégio Adventista de Porto Alegre - CAPA -.

Quero externar e concluir a minha fala dizendo que estamos vivendo um momento muito importante na sociedade, e parece que as pessoas olham a situação, o contexto, o cenário, como um navio que está afundando, porque há um rombo no casco, e parece que as pessoas parecem querer se salvar, mas elas não sabem se salvam o barco e tentam conter a água que entra pelo rombo do casco, ou se jogam no mar, na água, e tentam chegar à praia, salvando-se quem puder.

A educação adventista é como um farol, é um pelotão especial, é como uma trincheira. Felizes são os pais que têm a honra, o privilégio, a oportunidade de terem seus filhos estudando na Escola Adventista. Muitos dos senhores que aqui estão sabem o valor disso.

A minha filha iniciou no CAPA, na Escola Adventista, no “prezinho” e está concluindo o 3º ano do 2º Grau, o que, para mim, é uma honra.

Eu quero concluir dizendo que estou feliz por propor esta solenidade, merecida, à Escola Adventista, que contribui com a cidade de Porto Alegre em qualidade, não só de ensino, não só se preocupando com o valor da matemática, do português, da geografia, mas também ensinando valores morais, valores humanitários, valores que, sem dúvida, preparam as pessoas não só para esta vida, mas para aquilo que nós queremos.

Eu, particularmente, me sinto muito à vontade, porque sou adventista desde que nasci, há 45 anos. Nesta Casa, as pessoas me perguntam por que eu não fumo, por que não tomo alguns tipos de bebida, por que o restaurante, aqui, teve de trocar a alimentação e não usar mais carne suína. É porque há um gabinete que segue uma filosofia que aprendi desde criança, essa filosofia que os senhores pais têm, que os seus filhos estão aprendendo e que serve não só para esta vida, mas, também, para a vida futura.

É uma honra tê-los aqui. Vejo, neste momento, o meu amigo, Dep. Cézar Busatto, que tem carinho por esta Igreja, por sua filosofia, por sua educação. Quando fiz contato com ele na Assembléia Legislativa, ele disse: “Vidal, estarei lá, sem dúvida estarei lá”.

Eu me sinto honrado de tê-los aqui, juntamente com os professores, pais, amigos e alunos. Que Deus nos abençoe e que a Escola Adventista possa completar muitos e muitos anos de vida preparando os cidadãos não só para esta terra, mas para o Reino dos Céus, como nós, adventistas, cristãos dessa comunidade, cremos.

O meu muito obrigado e, mais uma vez, que Deus nos abençoe. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Antes de transferir a palavra ao Pastor Marlinton de Souza Lopes, Presidente da Instituição de Educação e Assistência Social, mantenedora das Escolas Adventistas para a Região Leste do Rio Grande do Sul, eu quero, secundando o Ver. Elias Vidal, registrar a presença honrosa para esta Sessão Solene, para a Casa Legislativa, do Deputado Cézar Busatto, líder do Partido Popular Socialista, cuja presença já havíamos notado no plenário. Só não nos havíamos a ela referido em função de que se encontrava em desenvolvimento o pronunciamento do Ver. Elias Vidal, que, como todos já sabem, é o grande proponente, incentivador desta reunião. Deputado Busatto, saiba que a honra de recebê-lo, neste momento, não é somente da entidade homenageada, mas é do Legislativo de Porto Alegre, que tem, diariamente, convivido com a sua companheira de jornada política e familiar, a nossa querida amiga Ver.ª Clênia Maranhão.

Com a palavra o Pastor Marlinton de Souza Lopes.

 

O SR. MARLINTON DE SOUZA LOPES: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero cumprimentar todos os pais, os amigos, os professores, alunos e aqueles que amam a educação adventista e que por isso estão aqui participando da solenidade de comemoração dos 40 anos de uma das escolas da Rede Adventista do Sétimo Dia.

Como Presidente dessa Instituição eu quero agradecer o espaço que esta Casa abre, no meio de suas Sessões, para esta solenidade.

A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem, como uma de suas frentes de trabalho, a área educacional. Dentro dessa área de trabalho duas linhas são muito claras para a Igreja Adventista. Quando nós olhamos o que a Bíblia nos diz em Lucas 2.52, que “Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens”. “Diante de Deus” mostra o aspecto espiritual, e “diante dos homens” mostra o aspecto social. A Igreja Adventista tem procurado nortear a sua missão nestas duas linhas: espiritual e social. Dentro do aspecto educacional, uma das frentes em que esta Igreja trabalha é contribuindo com a sociedade no aspecto em que as escolas adventistas não são voltadas apenas aos alunos da própria Igreja, uma vez que mais de dois terços dos alunos não comungam com a fé adventista. Portanto, é uma escola aberta à sociedade.

Nós temos outras entidades assistenciais no mundo todo, como a ADRA, que “puxa o carro”, mas, sem dúvida, a área educacional é uma das “meninas dos olhos” da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em 1853, em Nova York, uma jovem professora chamada Martha Byngtton chamou os colegas de seus filhos de cinco casas vizinhas para sua sala de estar. E ali começou a ministrar algumas aulas àquelas crianças que naquele momento eram todas oriundas da Igreja Adventista. De um modo informal, naquele momento, estava surgindo a educação adventista da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Dezenove anos depois, com o surgimento da Battle Creek School, surgia a primeira instituição adventista de educação no mundo. Hoje, passados 131 anos, a Rede Educacional Adventista possui mais de 5 mil escolas de Ensino Fundamental, possui cerca de 1.250 escolas de Ensino Médio, possui cerca de uma centena de campus universitários, aproximadamente 60 mil professores e mais de 1 milhão e 200 mil alunos nas suas diversas instituições educacionais.

Aqui no Brasil a educação adventista está presente há 107 anos; no Rio Grande do Sul, há 90 anos e, na Rua Camaquã, há 40 anos, com o CAPA.

Eu quero falar agora como ex-aluno do CAPA. Tive o prazer de fazer parte das primeiras turmas do CAPA. Esta instituição marcou e tem marcado a vida de muitas pessoas que por ali têm passado. Eu diria que, quando surgiu, em 1963, os pioneiros não imaginavam a grandiosidade do sonho que vinha à mente deles. Eram poucos punhados de pessoas, mas, naquela ocasião eles decidiram construir a Escola antes de construir a própria Igreja; primeiro uma sala, depois quatro, hoje são algumas dezenas. A comunidade adventista entendia que a missão dela passava pela educação.

Um aluno da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em seu curso de Mestrado em Marketing, no ano 2000, fez uma tese querendo saber a respeito do CAPA: por que os pais colocavam e colocam os seus filhos nessa Instituição? O resultado dessa tese nos deu muito orgulho e desejo de continuar nesta missão em que há alguns anos entramos. A conclusão da tese foi de que os pais que têm os seus filhos no CAPA entendem que esse Colégio tem um diferencial que o torna peculiar. A maneira como integra os valores, os princípios éticos, morais e espirituais, sem querer ao mesmo tempo fazer proselitismo. Disseram que a harmonia entre a teoria da sala de aula e a prática dos professores, a concordância entre a vida do vestibular e o vestibular da vida, a conformidade dos livros de sala de aula com o “Livro dos livros”, para os pais ainda é o norte que desejam ver impresso na mente dos seus filhos. Por isso o slogan do CAPA é: “Ensinando valores, construindo vencedores”.

Mas no CAPA a vida não é só para o corpo docente e discente. Eles procuram viver para a comunidade também. Nos últimos três anos o CAPA foi destaque na Corrida pela Vida, recebeu alguns troféus por número de pessoas participantes e pelo maior número de camisetas vendidas; tem participado também de campanhas antitabágicas e de campanhas de alimentos. Este ano, uma das festividades da comemoração dos 40 anos é a Campanha da Solidariedade, arrecadando mais de uma tonelada de alimentos, mais de seis mil peças de roupas, ajudando mais de uma centena de famílias. É o CAPA atendendo a comunidade onde está.

O CAPA, senhores, para nós é uma estrela, cuja luz é ampliada pelas estrelas que vivem ao seu lado, da Rede de Escolas adventistas. Seu maior patrimônio são seus valores; sua maior razão de ser são os seus alunos, os pais e os professores, e a sua maior recompensa são reconhecimentos como este, nesta noite, quando esta Casa volta o seu olhar a esta Instituição, cujo desafio é orientar juvenis, - adolescentes e jovens -, a buscarem o olhar mais direto para a frente e para cima. Muito obrigado pela aula de valorização, reconhecimento e motivação que hoje a escola da Câmara presta a este aluno chamado CAPA. Se o parabéns é para nós, a gratidão é para Deus e o reconhecimento é para esta Casa. Muito obrigado, que Deus continue abençoando esta Instituição. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Após termos ouvido a manifestação do Sr. Marlinton Lopes, eu tenho a satisfação de encaminhar a nossa Sessão Solene para um momento muito especial. Logo após nós vamos ter a oportunidade de ouvir o Coral Infanto-Juvenil e Adolescente do CAPA e com isso termos um momento singular dos nossos trabalhos.

Antes que eles comecem a executar os seus números, eu gostaria de dizer a todos aqueles que hoje aqui comparecem à Casa, desde os integrantes do corpo de professores do CAPA, ao Deputado Busatto, aos pais e alunos, aos ex-alunos, que eu tenho muito respeito e muita admiração pelo ensino adventista. Há muitos anos, nos anos de 1957, eu era um jovem adolescente de 17 anos, tinha me deslocado de Porto Alegre para o Rio de Janeiro, onde havia me apresentado como voluntário na Escola de Pára-Quedismo do Exército e lá tive que permanecer o tempo do compromisso. Ao longo desse período, eu fui acometido de um pequeno problema médico que me levou a ser hospitalizado no Hospital Central do Exército. Na enfermaria, onde me encontrava, o meu vizinho de cama era um jovem, cujo nome eu não consigo recordar, mas que era adventista, do Estado de São Paulo, e que me contou as maravilhas que ele, adventista, reconhecia na Escola mantida pela Igreja, em Itapecirica da Serra, onde, na expressão que bem lembro, partindo desse jovem, se fazia o melhor mel do mundo, superbom!

Tive ensejo, quando retornei para o Rio Grande do Sul, de me encontrar com esse jovem, que também era militar no Rio de Janeiro, em São Paulo. Fui até esse local e observei o ensino integral que ali era ministrado, com os jovens participando de todas as atividades da escola, desde as atividades agrícolas, artesanais, industriais. Achei que aquilo era um modelo de educação que poderia ocorrer e ser difundido por todo o território brasileiro, dada a integração que representava na formação da juventude.

Felizmente, Dep. Busatto, vejo que essa idéia da escola integral – com  que eu convivi, num primeiro momento, em função dessa convivência fortuita com um adventista do Rio de Janeiro, que me conduziu a verificar, uma experiência no Estado de São Paulo – hoje se dissemina no Brasil e a palavra de ordem, inclusive, dos projetos e nos programas governamentais do chamado ensino integral, o qual eu vim a conhecer melhor ainda depois de já adulto, advogado formado, já em torno de 1968, penso eu, até 1982, quando eu dividia minhas atividades profissionais entre Porto Alegre e Taquara e lá conheci o Instituto Cruzeiro do Sul, que era a réplica gaúcha de tudo aquilo que havia visto anteriormente lá em São Paulo.

Mais tarde, já buscando uma representação popular, entre 1972, conheci um outro adventista, Elias Morsch, que me pôs em contato com a FAMG, Federação Adventista da Mocidade Gaúcha. Eu vi suas experiências lá na Zona Norte de Porto Alegre e pude, através dele, conhecer o Movimento das Dorcas; mais tarde ainda, o núcleo da Vila Farrapos, a que me vinculo até hoje e, através de tudo isso, fui vendo que a Escola Adventista realmente havia lançado sementes aqui no Brasil, só não sabia que há tanto tempo, pois hoje me informam que são 107 anos.

Tenho vários amigos meus cujos filhos não são adventistas e as famílias não são adventistas, pertencem a outras igrejas, mas que estudam no CAPA e proclamam a excelência do seu ensino.

Então, eu quero, Ver. Elias Vidal, cumprimentar-lhe efusivamente pela sua sensibilidade de, pela primeira vez, homenagear, aqui na Câmara Municipal, uma Escola com esta qualificação, uma Escola com esta tradição e, sobretudo, uma escola com este grau de responsabilidade com a formação da nossa juventude.

Eu, em nome da Câmara de Vereadores, Ver. Elias Vidal, lhe agradeço profundamente por esta iniciativa, espero que V. Exa. continue nesta Casa para, no 45º e no 50º ano da Escola, nós podermos renovar esta homenagem. E a todos os dirigentes da Escola eu apresento, em nome da Casa, os nossos mais respeitosos cumprimentos. (Palmas.)

Imediatamente, convido os jovens componentes do Coral Infanto-Juvenil e Adolescente do Colégio Adventista de Porto Alegre para a sua apresentação, com as duas interpretações: “Eu Servirei” e o “CAPA 40 Anos”.

 

(É feita a apresentação do Coral.)

 

Ao mesmo tempo em que agradeço ao Coral Infanto-Juvenil e Adolescente pela sua apresentação, quero cumprimentar o Professor Dotti, pela sua equipe tão bem afinada, e recomendar ao Ver. Elias Vidal e aos nossos colegas do cerimonial que, na próxima oportunidade em que homenagearmos o nosso Colégio Adventista, ouçamos não só duas músicas, mas quatro músicas, porque realmente agrada a todos. Muito obrigado aos senhores.

Pediria a sua colaboração na seguinte ordem: nos encaminhamos para o encerramento dos trabalhos e, antes que isso ocorra, como é tradicional em todas as Sessões Solenes da Casa, e não poderíamos faltar à regra, que ouçamos o Hino Rio-Grandense. Solicitaria que os nossos jovens participantes do Coral nos acompanhassem para que possamos entoar o Hino, até num momento muito oportuno, porque no dia de hoje, se não me falha a memória, iniciam-se os festejos da Semana Farroupilha, que têm seu principal palco de acontecimento aqui ao lado da Câmara Municipal, no acampamento nativista.

Não quero concluir, nem ensejar que este momento ocorra, sem enfatizar ainda, de forma muito acentuada, a minha honra em presidir os trabalhos e o débito que a Cidade e a Câmara Municipal ficarão com o Ver. Elias Vidal, e o crédito que, por conseguinte, ele terá por ter dado oportunidade a que a Câmara Municipal resgatasse o que considero uma dívida invisível com esta Instituição educacional com relevantes serviços prestados à cultura e à educação aqui no Estado.

Convido a todos para, de pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense e enfatizo, com o maior vigor que as palavras possam oferecer, a importância da reunião que hoje realizamos, dizendo que realmente é uma dádiva de Deus nós podermos ter a inspiração do Ver. Elias Vidal para homenagear a todos os senhores que construíram a grandeza dessa Escola.

Neste momento convidamos todos os presentes para ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Agradecemos a presença de todos e damos por encerrada a presente Sessão Solene.

 

(Encerra-se a Sessão às 19h57min.)

 

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